
Golpes do pix: pedidos de reembolso sobem 98%; bancos deverão incluir canal para queixas no app
O MED – Mecanismo Especial de Devolução, sistema para reaver dinheiro em caso de golpes e fraudes envolvendo o pix, foi 98% mais usado em 2024 por quem foi lesado ao fazer pagamentos ou transferências do que em 2023. Os dados do Banco Central (BC) mostram que um total de 4.955.518. de solicitações. Contudo, só 31% foram aceitas total ou parcialmente.
Ou seja, o estorno do golpe só foi considerado procedente em 1,536 milhões de ocorrências.
Em 2023, os usuários de pix registram 2,5 milhões de requisições e em 2022, 1,5 milhão. A solicitação de cancelamento pode ser registrada em até 80 dias após a transação. Para isso, até agora, é necessário ligar ou entrar em contato com o seu banco de origem, de onde saiu o dinheiro, pedindo para acionar o Mecanismo Especial de Devolução.
Para facilitar o processo de registro dos pedidos, o Banco Central publicou uma normativa que torna obrigatório o acesso ao MED dentro dos apps de bancos. A disponibilidade do ícone, botão ou texto com hiperlink que redirecione para o ambiente onde a queixa será registrada passa a valer em 1º de agosto de 2025.
A Normativa BCB 589, que trata dos Requisitos Mínimos para a Experiência do Usuário de Pix, incluiu a obrigatoriedade de disponibilizar no ambiente que o usuário acessa para usar o pix o caminho para clicar e ser direcionado para o canal de atendimento responsável por tratar da reclamação envolvendo o pagamento ou transferência.
“Deve ser disponibilizada, no ambiente pix, junto ao atalho para o canal de atendimento do participante, mensagem informativa ao usuário para que este possa registrar reclamação no site do Banco Central caso a ocorrência não seja resolvida pelo PSP [ Provedor de Serviços de Pagamento]”, diz o texto.
Evolução da segurança no pix
A proposta de maior facilidade para uso do MED se alinha uma agenda que já está em curso, focada em melhorar o mecanismo. A expectativa é que até o final do ano, o sistema, criado para estornos em caso de fraudes, seja capaz de bloquear valores independente de quantas contas forem usadas na fraude.
Atualmente, quando alguém sofre um golpe de engenharia social envolvendo o pix, ou seja, quando os criminosos usam artimanhas para convencer pessoas a passarem voluntariamente seus dados para fazer pagamentos ou transferências, o BC consegue fazer o bloqueio apenas da primeira conta para a qual o valor foi transferido.
Com o chamado MED 2.0, a expectatia é de avanço no rastreio do dinheiro em mais camadas.
Fonte:portalcantu.com.br